ANS incorpora radioterapia de precisão ao rol obrigatório de planos de saúde a partir de setembro
Agência PáginaUm 
Crédito da foto: Divulgação SBRT.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão da radioterapia de intensidade modulada (IMRT) no rol de procedimentos obrigatórios para planos de saúde, com vigência a partir de 1º de setembro de 2025. A decisão, publicada após Consulta Pública nº 157, baseou-se em evidências técnicas que demonstram maior precisão no direcionamento de radiação a tumores e redução de danos a tecidos saudáveis.
Ampliação de cobertura
A técnica já era coberta para tumores de cabeça e pescoço, neoplasias torácicas e câncer de próstata. A nova decisão expande o acesso à tecnologia para demais indicações onde se comprovem benefícios clínicos significativos. O relatório técnico da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) fundamentou a medida, destacando que a IMRT permite modular doses de radiação com precisão milimétrica, particularmente vantajosa em regiões anatômicas críticas.
Contexto técnico
A IMRT utiliza o mesmo equipamento da radioterapia convencional (acelerador linear), mas exige software específico e maior tempo de planejamento. Estudos apontam que a técnica reduz complicações em órgãos sensíveis próximos a tumores, como bexiga, intestino e genitais no caso de neoplasias do canal anal – tipo raro que representa 2% dos tumores gastrointestinais, segundo o INCA.
Panorama atual
Dados da SBRT indicam que 70% dos serviços privados já utilizam a técnica, enquanto 30% ainda dependiam de autorizações casuísticas. Com a incorporação ao rol, espera-se maior padronização no acesso. Em sistemas públicos de saúde como Reino Unido e Canadá, mais da metade dos pacientes já são tratados com IMRT para diversas neoplasias.
Próximos passos
Entidades como o Instituto Oncoguia e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica acompanharão a implementação da medida. A SBRT defende que a técnica seja considerada padrão sempre que houver risco elevado de toxicidade ou necessidade de aumentar chances de cura. O relatório RT2030 da sociedade sugere que a medida pode impulsionar investimentos em equipamentos e treinamento de equipes.
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