
Você financiou um carro, teve dificuldades para pagar as parcelas e agora está sendo procurado por uma empresa cobradora pedindo o veículo de volta? Esse tipo de situação pode causar muita dúvida e até medo, mas é importante saber que você tem direitos e precisa entender até que ponto isso vale a pena. Esse tipo de cobrança é conhecido como busca e apreensão administrativa. Apesar do nome parecer complicado, trata-se de uma alternativa usada por empresas com o objetivo de quitar a dívida em atraso, por meio da retomada de um veículo financiado sem precisar passar pelo processo judicial. Mas isso só pode acontecer se você, como devedor, avaliar se vale a pena.
“Essa ação só pode ser feita com o consentimento do consumidor. Caso contrário, o outro caminho é a Justiça”, afirma o advogado Francisco Rabello, especialista em cobrança amigável e jurídica.
O que é e como funciona?
Essa modalidade de cobrança ainda é nova no Brasil. Em vez de entrar com um processo judicial, o credor tenta resolver de forma amigável, solicitando que o consumidor entregue o veículo por livre e espontânea vontade. Isso pode ser feito por meio de cartórios ou do Detran, dependendo do estado da federação.
Mas atenção: ninguém pode invadir sua casa, violar portão ou ameaçar você para pegar o carro. “O objetivo nunca é forçar o consumidor, mas sim apresentar uma alternativa que pode evitar mais custos para ambas as partes”, explica Rabello.
Avalie com atenção
A entrega do veículo só acontece se o consumidor concordar. Caso prefira discutir o débito judicialmente ou tenha dúvidas sobre os valores cobrados, é seu direito recusar e buscar orientação jurídica.
Ainda assim, Rabello destaca que vale a pena refletir: em muitos casos, resolver a questão de forma amigável pode ser financeiramente mais viável. A entrega voluntária do bem pode evitar o pagamento de custas judiciais e abrir caminhos para acordos mais flexíveis.
Por isso, a orientação é: avalie com atenção. Antes de tomar qualquer decisão, procure entender o que está sendo proposto e quais serão os impactos – tanto do ponto de vista financeiro quanto em relação ao seu histórico como consumidor.
A importância da negociação
Sob a perspectiva do credor, a resolução amigável também representa vantagens. Além de evitar o desgaste e os custos de um processo judicial, essa abordagem contribui para a manutenção de um relacionamento mais saudável com o cliente.