
Crédito da foto: Emad El Byed/Unsplash
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu hoje, 27, um alerta urgente sobre o agravamento da desnutrição na Faixa de Gaza, onde 63 das 74 mortes por fome registradas em 2025 ocorreram apenas nos últimos 26 dias. Entre as vítimas, 25 eram crianças, sendo 24 menores de cinco anos. Os corpos chegam aos hospitais em estado de definhamento extremo, muitos já sem vida ou morrendo poucas horas após a chegada. A situação, classificada como “totalmente evitável” pela OMS, resulta do bloqueio e atraso deliberado no acesso a alimentos, medicamentos e ajuda humanitária em larga escala.
Dados alarmantes
Na Cidade de Gaza, quase 20% das crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, com taxas que triplicaram desde junho. Khan Younis e a Região Central também registraram piora drástica, com índices que dobraram no mesmo período. Os números podem ser ainda maiores, já que restrições de acesso impedem muitas famílias de buscar atendimento. Em julho, mais de 5.000 crianças menores de cinco anos foram internadas para tratamento de desnutrição nas duas primeiras semanas, 18% delas em estado grave. O sistema de saúde, que já operava no limite, está à beira do colapso, com apenas quatro centros especializados funcionando sem combustível e com estoques prestes a acabar.
Vítimas invisíveis
Mulheres grávidas e lactantes são particularmente afetadas, com mais de 40% enfrentando desnutrição grave. Na Região Central, os casos triplicaram em relação a junho, enquanto na Cidade de Gaza e Khan Younis as taxas dobraram. A crise não se limita à fome: famílias arriscam a vida em meio a violência para obter comida. Desde maio, mais de 1.060 pessoas morreram e 7.200 ficaram feridas em tumultos por alimentos. A combinação de desnutrição, falta de saneamento e surtos de doenças criou um ciclo mortal que ameaça toda a população.
Apelos urgentes
A OMS apela a esforços urgentes e sustentados para inundar a Faixa de Gaza com alimentos diversos e nutritivos bem como para acelerar a entrega de suprimentos terapêuticos para crianças e grupos vulneráveis. O apelo vale também para medicamentos e suprimentos essenciais. Esse fluxo deve permanecer consistente e irrestrito para apoiar a recuperação e evitar uma deterioração ainda maior. A OMS reitera seu apelo pela proteção dos civis e da saúde. A OMS também apela à libertação de um colega detido, à libertação dos reféns e a um cessar-fogo imediato.