
No ano em que a personagem Mafalda completa 50 anos de existência, seu criador, Joaquín Salvador Lavado Tejón, que todos conhecem como Quino, acaba de receber o Prêmio Príncipe de Astúrias de Comunicação e Humanidades. O anúncio foi feito no último dia 21 em Oviedo, na Espanha.
Quino nasceu em Mendoza (Argentina), filho de imigrantes andaluzes. Descobriu sua vocação para o desenho pelas mãos de Joaquín Tejon, seu tio, pintor e desenhista gráfico. Começou a estudar Belas Artes aos 13 anos de idade, mas abandonou o curso 4 anos depois para se dedicar às histórias em quadrinhos e ao humor. Em 1954, com 22 anos, publicou sua primeira página. Com o golpe de estado de 1976, Quino se exilou em Milão, na Itália. Em 1990 adotou a nacionalidade espanhola, passando a residir em Madri e em Buenos Aires.
Reconhecido como um dos mais destacados humoristas gráficos do mundo, Quino alcançou fama com as tiras de Mafalda, cuja primeira historieta foi publicada pelo semanário Primera Plana, da capital argentina, em 29 de setembro de 1964. Quino usou a pequena Mafalda e seu grupo de amiguinhos para questionar o mundo dos adultos. Perguntadeira, inteligente, irônica, inconformada, Mafalda odeia sopa, ama os Beatles e se preocupa com a paz e com os direitos humanos.
Umberto Eco definia Mafalda como uma “heroína iracunda” e foi ele quem tornou a personagem conhecida na Europa. A partir daí, as tiras criadas por Quino foram traduzidas em 15 idiomas e publicadas em diários e revistas de todo o mundo. Quino parou de desenhá-la em 1973. Mafalda só voltou à cena em campanhas, a pedido da Unicef ou do governo argentino.
Entre as homenagens que Mafalda e seu criador recebem ao longo de 2014 está uma mostra comemorativa em salas de vários países, como a que aconteceu na sede da Unesco, em Paris, por ocasião do Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, celebrado em 23 de abril.
No segundo semestre, numa cerimônia a ser realizada no teatro Campoamor, em Oviedo, Quino, juntamente com os demais laureados deste ano pela Fundação Príncipe de Astúrias, vai receber 50 mil euros e uma escultura concebida por Juan Miró como símbolo do prêmio.